Descubra se o mundo virtual está interferindo nas relações que você tem no dia a dia.
Quem ainda não acessou uma das chamadas redes sociais, que atire a
primeira pedra! Mas olhe lá... Considere nessa categoria o Facebook, Twitter,
Foursquare, Instagram e até mesmo o profissional LinkedIn. Notou? Elas já estão
inseridas no nosso dia a dia de tal forma que nem percebemos mais.
E assim, de fininho, elas mudaram muito a forma como vivemos em todas as
esferas. "As mídias sociais mudaram os relacionamentos em todos os níveis:
social, pessoal, profissional e nos negócios. Elas se tornaram o principal meio
de comunicação da nova sociedade, isto é fato. Marcar encontros, divulgar a
vida, conversar com amigos, fazer amizades, tudo isso faz parte do nosso dia a
dia", considera a psicóloga Lizandra Arita, da Arita Treinamentos.
Isso pode ser bom, mas pode ser ruim também! "As relações estão
cada vez menos respeitosas, o mundo virtual permite que você encerre uma
conversa simplesmente apertando um botão, sem qualquer preocupação com os
sentimentos da outra pessoa. Este comportamento acaba contaminado as relações
do mundo real", pondera a psicóloga clínica Marisa de Abreu.
Acontece que essas mídias envolvem mais do que piadinhas e imagens
fofas, muitas vezes elas englobam problemas como ansiedade, autoestima e
timidez. Mas será que essas redes estão afetando mais sua vida do que você
supõe? Pense em suas respostas para as perguntas abaixo e verifique se você não
tem levado problemas virtuais para a vida real.
As repercussões do que você publica
afetam seu humor?
Entre os diversos sentimentos que as redes sociais amplificam, a carência se encontra muito bem alimentada! "As pessoas sempre buscam uma forma de aceitação e reconhecimento, então postam momentos em que pensam que terão mais acompanhamento. Não importa o assunto postado, a pior sensação que a pessoa tem, é, ao fazer uma publicação, constatar que ninguém a acompanhou ou curtiu sua atividade", pondera a psicóloga Lizandra Arita, da Arita Treinamentos. Isso pode gerar inclusive uma grande ansiedade em querer ser aplaudido e reconhecido, que logo se transforma em frustração ao não ser atendida.
Mas existem pessoas mais propensas a esse tipo de sentimento: "se o
indivíduo tem a autoestima baixa, com certeza dará mais valor à sua frustração
nesses momentos. O mesmo acontece com a pessoa que ganhou tudo o que queria
durante sua infância e cresceu mimada", acredita a profissional. Se isso
está afetando você demais, talvez seja a hora de olhar melhor para si mesmo e
tentar resolver esse problema, até mesmo com ajuda psicológica.
Você se sente mal ao ver as
atualizações de seus amigos e conhecidos?
Os estudiosos reconhecem: um dos sentimentos mais relacionados às mídias
sociais não é a alegria que todos demonstram ter, e sim a inveja! Uma pesquisa
feita pelas Universidades alemãs Humboldt e Técnica de Darmstadt concluíram que
uma em cada cinco pessoas aponta o Facebook como origem de seus sentimentos de
cobiça e frustração pelo que não tem.
De certa forma, ambos os sentimentos estão interconectados, afinal é o
exagero geral em mostrar alegria que causa essa sensação nos outros.
"Justamente porque assim como existem pessoas que mostram uma realidade
que ela gostaria de viver (e não que realmente vive), quem está do outro lado
nem sempre tem a maturidade para discernir o que é verdade", diferencia a
psicóloga Lizandra. O equilíbrio, portanto, está em sempre lembrar que nem tudo
que reluz no seu mural é ouro e pensar que talvez a vida de quem está postando
seja tão comum quanto a sua. Vale refletir também: será que você está ai se
lamentando, quando na verdade seus posts causam esses sentimentos nos outros
também?
Você mudou com alguém após adicioná-lo
no mundo virtual?
Outro estudo que tentou compreender melhor os relacionamentos da era
virtual chegou à outra conclusão ruim: uma em cada cinco pessoas reduziu sua
relação na vida real com alguém após algum conflito na esfera virtual,
concluíram os pesquisadores da VitalSmarts, empresa de treinamento corporativo
que conduziu as 2.698 entrevistas.
E realmente, o ambiente virtual está mais propenso à falta de
consideração: "Isso afeta as pessoas a partir do momento que elas passam a
se comportar na vida real da mesma forma desregrada que se dá o direito de
viver no mundo virtual", comenta a psicóloga clínica Marisa. Nesses casos,
vale lembrar que mesmo nas redes sociais as consequências de suas ações podem
ser reais! Mas antes de cortar relações com alguém, por que não substituir a
briga online por uma conversa olho no olho para esclarecer a situação?
A primeira coisa que você faz no dia é
conferir como está sua rede social?
Tudo bem, muita gente desperta com o celular e pode até usar essas
mídias para expulsar o sono e conseguir levantar da cama. A medida do exagero
está no quanto isso pode atrapalhar seu dia a dia. "Se o tempo e a hora
que a pessoa confere o que acontece no mundo virtual causa algum dano como, por
exemplo, demissão ou rompimento de relacionamento, esta pessoa não está
saudável", expõe Marisa.
Algumas pessoas também adquirem a mania de postar absolutamente tudo que
acontece nessas redes, o que pode ser considerado um alerta. "Se for um
adolescente, pode ser que esteja passando por uma fase, mas, se for um adulto,
o caso deve ser analisado. Ele pode estar se sentindo muito solitário e
precisar de ajuda profissional", se preocupa Lizandra.
Você tem preferido a companhia do seu
smartphone à dos outros?
Cada vez mais a figura das mídias sociais está ligada ao telefone
celular, afinal hoje ele é um computador portátil. E isso está criando um novo
problema virtual na vida real: a pessoa que fica imersa na telinha enquanto o
mundo passa lá fora. “Parece que está criada uma nova etiqueta: eu olho para
meu smartphone, você olha para o seu e, no final, ficamos todos felizes”,
lamenta a psicóloga Marisa.
Mas sempre dá tempo de retomar o olho no olho. Lizandra nos ensina,
inclusive, algumas estratégias, como manter a tela do celular virada para baixo
no trabalho, estipulando um tempo determinado para conferir como andam as
novidades nas mídias ou deixar o celular no bolso ou na bolsa quando estiver em
um evento social ou almoçando com amigos, familiares ou colegas de trabalho.
Anda mais difícil viver
relacionamentos amorosos?
Alguns acreditam que só de olhar o perfil de uma pessoa na internet, já
sabem tudo sobre ela: hobbies, gostos pessoais, profissão e grau de
escolaridade, o que tem modificado inclusive as formas como ocorrem os
encontros. “O básico do outro nunca representa informação necessária para ter a
mínima noção sobre quem é a outra pessoa, mas acreditar que seria suficiente
faz as pessoas serem preconceituosas e considerar que já sabe tudo a respeito
de que não se sabe nada”, considera Marisa. Mas há também quem aproveite essa
oportunidade para encontrar pessoas com mais afinidades e até consiga um
relacionamento estável dessa forma.
Por outro lado, essas redes também são culpadas por términos: um em cada
3 divórcios nos Estados Unidos em 2012 citaram a palavra “facebook”, por
exemplo, segundo o Wall Street Journal. E mesmo superar um término se torna
mais difícil, é muito simples “fuçar” como anda a vida do seu ex, saber se ele
já superou a relação, e normalmente sofrer com todos os posts que reforçaram a
alegria que ele sente. “Isso pode tornar-se preocupante quando a pessoa gasta
mais tempo tentando descobrir informações do ex, do que investindo na própria
vida”, ressalta Lizandra. Portanto, vale tomar cuidado e lembrar mais uma vez
que nem tudo que é postado nessas redes é fidedigno à realidade.
Fonte: Minha Vida
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